DOI: https://doi.org/10.5281/zenodo.4777355

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Maria Antônia Ramos Costa [1]

antoniaeluccas@hotmail.com

 

Fabiana Alves Vendramel [2]

fabivendramel@hotmail.com

 

Priscila Carla Hauco Toro [3]

priscilatoro@hotmail.com

 

 

RESUMO: O estudo tem como objetivo realizar uma reflexão sobre o ensino remoto mediado pelas tecnologias digitais em tempos de Covid-19. A intenção é refletir sobre a inserção da estratégia de ensino em razão da suspensão das aulas presenciais em todo o mundo. A pesquisa foi uma abordagem de natureza qualitativa, do tipo bibliográfico. Os principais resultados evidenciaram que professores, alunos e os familiares mergulharam na educação remota, e pelos casos aumentando em todo mundo, continuarão dessa maneira até a situação da doença minimizar, desse modo, irão continuar a enfrentar muitos desafios e gerando grandes impactos, embora, muitos recursos tecnológicos já eram inseridos nas instituições, todavia, não eram os principais recursos didáticos. Outros desafios irão continuar pelo ano de 2021, pois, muitos alunos não possuem acesso à internet, refletindo direto nas desigualdades sociais, principalmente em alunos de escolas públicas.

 

 

Palavras-chave: Educação. Covid 19. Ensino remoto. Ensino EAD; Tecnologias.

 

ABSTRACT: The study aims to conduct a reflection on remote teaching mediated by digital technologies in times of Covid-19. The intention is to reflect on the insertion of the teaching strategy due to the suspension of face-to-face classes around the world. The research was a qualitative approach, of the bibliographic type. The main results showed that teachers, students, and family members immersed themselves in remote education, and by increasing cases throughout the world, will continue in this way until the situation of the disease minimizes, thus, will continue to face many challenges and generating great impacts, although many technological resources were already inserted in the institutions, however, they were not the main didactic resources. Other challenges will continue through the year 2021, as many students do not have access to the Internet, reflecting directly on social inequalities, especially in public school students.

Keywords: Covid 19. Remote teaching. EAD teaching. Technologies.

 

Introdução

 

Com essas mudanças ocorridas em todo mundo na área da saúde, repercutiu em todos os setores sociais, principalmente na educação.  Com a pandemia em todo mundo, a vida que era considerada normal, teve que ser alterada, e as relações sociais foram modificadas e as pessoas tiveram que tomar uma nova conduta social, logo, modificaram comportamento, a maneira de aprendizagem e as relações interpessoais, consequentemente refletindo as estratégias de ensino. Surgindo aí a pedagogia da pandemia, termo esse que está relacionado à forma como a educação se organiza, partindo desse contexto pandêmico que o mundo está vivendo (BARRETO; ROCHA, 2020).

Partindo desse panorama da Covid-19, foram procuradas formas emergenciais e saídas para a aproveitar as experiências de educação a distância (EAD), uma vez que já era uma forma utilizada por muitas instituições de ensino superior, desse modo, iniciaram muitas discussões em diversas áreas de conhecimento para que a educação não paralisasse.

Desse modo, com essa modalidade de ensino como princípio, foi possível por meio das tecnologias digitais da informação e comunicação (TDIC) dar continuidade ao processo educativo enquanto as aulas não retornam de forma presencial. Contudo, essa maneira de intervenção educativa está resguardada por relatórios de organismos como o Banco Mundial, pois, cerca 1,5 bilhão de estudantes ficaram sem aulas presenciais em quase 160 países (RAMAL, 2020).

Entretanto, convém fazer dois apontamentos: se colocar os recursos de EAD, mesmo que em situações emergenciais, como a que está vivenciando a educação, ainda se apresenta como polêmica, tendo em vista que, essa modalidade de ensino é defendida por segmentos que tem interesses de mercado. A segunda é que essa modalidade para os estudiosos, apresenta uma baixa qualidade no ensino, logo é sempre mais ofertado geralmente para camadas mais humildes da sociedade. Nesse sentido, essa perspectiva traz preocupação, pois a educação é para alcançar todos os alunos no processo de ensino.

Estudos apontam que adoção de práticas de ensino pautadas na utilização de recursos tecnológicos exclui mais do que a educação inclusiva. Eles consideram que um país que ainda tem desigualdades sociais e econômicas, necessário se faz realizar uma análise do contexto histórico-cultural para adotar práticas mais formativas. Evidenciando assim, a necessidade de realizar reflexões mais profundas em relação ao tema para subsidiar caminhos que a educação continuar, mesmo em meio isolamento social durante a pandemia.

Nesse contexto, investigar a educação a distância em tempos de pandemia, no cenário brasileiro é uma emergência, considerando as incertezas que ainda temos com o avanço da doença pelo Brasil e pelo mundo.

Contudo, a presença das tecnologia da informação e da comunicação no cotidiano já estava refletia na educação antes mesmo da pandemia, tendo em vista que, muitas escolas já utilizam alguns recursos mesmo com o uso de aplicativos de mensagens e plataformas de comunicação por vídeos.

Desse modo, com a pandemia, as escolas e o corpo docente tiveram que aprofundar o uso das tecnologias de informações para manter a interação com os alunos.

O estudo tem como pano de fundo refletir sobre a situação educacional que o Brasil enfrenta em tempos de Covid-19, com o ensino remoto, e as estratégias de ensino e aprendizagem possíveis. O artigo é uma revisão bibliográfica, iniciada a partir de levantamento de teóricos já publicadas relacionados a temática.

 

1. Procedimentos Metodológicos

 

A pesquisa se desenvolveu por meio de levantamento bibliográfico, visando de um lado, caracterizar, ilustrar e problematizar o tema na atualidade e, por outro, formar uma base conceitual para o trabalho, pois o domínio da bibliografia torna-se base através do qual toma-se conhecimento da produção existente e abre  a discussão sobre as fontes que estão de acordo com o tema, utilizando de livros, periódicos, teses, dissertações e outros documentos que se fizerem necessários para o melhor entendimento do tema em questão.

 

2. Resultado e Discussão

2.1 A Educação em Tempos de Pandemia

 

Com a pandemia da Covid-19, as transformações educacionais foram visíveis e trouxeram novos desafios ao Brasil e ao mundo. Sendo assim, os gestores tomaram medidas de emergências como a suspensão das aulas presencias. Os alunos foram impactados pelas medidas, que foram adotadas pelas instituições educacionais, surgindo o ensino remoto, mediados pelas Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC).

Com a intenção de manter as atividades educacionais ativas no período de isolamento social, as instituições de ensino, adotaram então, o ensino remoto, nesse sentido, os educadores tiveram que adaptar todos os conteúdos para o formato on-line. E mesmo com as atividades on-line, não foram suficientes para minimizar os prejuízos na ausência das aulas presenciais (GUAI, 2020).

Logo, com a elevação tecnológica em diversos contextos, o espaço escolar adotou os recursos tecnológicos como ferramenta didática. Desse modo, muitas barreiras foram quebradas entre o ensino físico e ensino virtual, criando uma linguagem, a educação híbrida (BACICH; MORAN, 2018).

O conceito de educação híbrida, está relacionado que professores e alunos poderão aprender em tempos lugares diferentes, dinâmica já utilizada no ensino a distância. Essa educação híbrida nasceu com o propósito dos docentes empregarem na sua prática pedagógica o uso de várias tecnologias, criando assim, uma visibilidade ao protagonismo do aluno, que vive constantemente conectado dentro e fora do espaço escolar (BACICHI, 2016; SOUSA, 2018; SOARES e CESÁRIO, 2019).

Em todas as Secretarias de Educação, as escolas terão que organizar seus planos de ações para a voltarem as aulas, seja presencial ou remota de novo, tendo em vista que, cada região possui uma realidade específica. A utilização do uso remoto é guiada pelas tecnologias digitais, aula on-line, Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVAS), são estratégias pedagógicas escolhidas pelas escolas desde os primeiros decretos estaduais em meados de março de 2020.

Mesmo diante do cenário que temos na volta as aulas, muitos professores, ainda terão que se adaptarem a esse cenário, ensino esse mediado pelas tecnologias, visto que, muitos professores ainda têm dificuldades em se adaptar, pois, não tiveram uma transição do presencial para o ensino remoto. Essa forma emergencial fez surgir muitas críticas e reflexões em relação as condições de aprendizagens do alunos, bem como o precário trabalho docente por falta de valorização, capacitação etc. (MARTINS, 2020).

De acordo com Araújo (2020, p. 232):

 

O ensino remoto diz respeito a todos os recursos tecnológicos que podem ser utilizados como auxiliares da educação presencial. na impossibilidade da educação presencial, os sistemas públicos e privados da educação no brasil estão migrando para a educação remota como se esta substituísse totalmente a educação presencial, sabemos que não substitui.

 

O ensino remoto, segundo a autora, tem função socializadora, mesmo sendo remoto, os alunos e professores se mantém conectados com a escola. Contudo, o ensino remoto não substitui o ensino presencial, tendo em vista que, as condições emocionais afetaram a todos. E com as próprias limitações da educação tem mostrado não tem condições de oferecer um ensino remoto de qualidade.

De um lado, precisa-se considerar o acesso dos alunos a dispositivos tecnológicos, com pacotes de internet que seja capaz de suportar a transmissão das aulas, do outro lado a familiaridade dos professores com equipamentos tecnológicos, gravação e edição de vídeos. O ensino remoto impulsionou a utilização das novas tecnologias, as mídias digitais (GARCIA ET AL., 2020).

Nesse contexto, as metodologias ativas é uma ferramenta importante para envolver os alunos no ensino remoto. Pois, possibilitam a participação ativa do estudante no processo ensino aprendizagem, ou seja, para ler, escrever, perguntar, discutir ou para resolver problemas e desenvolver projetos (REGO; GARCIA; GARCIA, 2020).

Desse modo, as reflexões surgem numa nova forma de compreender as relações que existem entre o ensino e a aprendizagem, e apontam as metodologias de ensino mais adequada para as novas gerações, dos que já nasceram digitais.

Bem antes da pandemia, já havia estudos e práticas utilizando as metodologias ativas, uma abordagem que os cursos superiores já utilizavam, na qual o aluno é o centro do ensino e da aprendizagem e o professor o facilitador do conhecimento. Tem estudos que já destacam que a junção de metodologias ativas em contexto híbrido tem apresentado resultados na aprendizagem, seja das mais simples as mais complexas, principalmente na atual situação pandêmica atualmente. Uma das alternativas seria mesclar atividades on-line e offline, por meio de vídeos explicativos, atividades teórico-práticas e jogos educativos (DIESAL; BALDEZ; MARTINS; 2017; MORA, 2018).

Esse método pode-se utilizar de estratégias de ensino remoto, e que tem por percussor os métodos utilizados pela EAD. Todavia, a modalidade a distância não é algo novo. Tendo em vista que, essa possibilidade de o estudante ter acesso às suas atividades escolares em domicílio em razão da ausência das aulas, é respaldado pelo Decreto-Lei nº 1.044, Artigo 2ª de21 de outubro de 1969 (BRASIL, 1969).

Com a expansão tecnológica mundial, novas foram criadas formas de ensinar, ampliando a formação docente inicial e continuada, de acordo com o artigo 62 da LDB. Estudos apontam um avanço no ensino EAD, o que trouxe inúmeros estudos e reflexões. Alguns pesquisadores da área educacional, colocam o ensino EAD como uma educação bancária (BARRETO; ROCHA, 2020).

Arruda e Arruda (2015), destacam outro ponto que precisa ser analisado sobre a EAD, é a necessidade de retirar a concepção de política emergência, que apresenta baixo custo e atende as camadas mais populares. Contudo, precisa promover um papel sólido, além do ensino, incentivar a pesquisa e a extensão.

Entretanto, essa discussão ganhou espaço nessa atual fase histórica, tendo em vista que, as primeiras iniciativas para que as atividades educativas não parassem, começaram por esse viés EAD. Entretanto, alguns conceitos precisam ser retomados.

Educação a distância é uma modalidade diferente do ensino presencial, na qual ocorre uma separação física entre o docente e o discente, ou seja, o ensino é mediado através das tecnologias digitais (ROSA, 2017; SILVA, 2019).

Foi publicado em março de 2020, no Diário Oficial da União, através da portaria nº 343 a substituição de aulas presenciais no período de 30 dias ou enquanto durar a pandemia.

 

Autorizar, em caráter excepcional, a substituição das disciplinas presenciais, em andamento, por aulas que utilizem meios e tecnologias de informação e comunicação, nos limites estabelecidos pela legislação em vigor, por instituição de educação superior integrante do sistema federal de ensino, de que trata o art. 2º do decreto nº 9.235, de 15 de dezembro de 2017 (BRASIL, 2020, p.01).

 

A portaria se exime a usar expressar os recursos tecnológicos. Ainda que essa autorização tenha apontado alguns questionamentos e debates em razão da situação educacional no país, principalmente em relação aos impactos para os alunos e professores e os próprios familiares que tiveram que se adaptar uma nova realidade. Visto que, alguns instituições escolares viram o momento de intensificar o uso das ferramentas tecnológicas para conferir como aconteceria a interação de alunos e de suas famílias. O ensino remoto trouxe algumas indagações acerca das barreiras que seriam criadas entre os estudantes de classes alta e os mais vulneráveis.

Logo, em razão da pandemia algumas instituições de ensino básico e superior tiveram que reorganizar e adotar a educação mediada pelas novas tecnologias (SANTOS JUNIOR; MONTEIRO, 2020).

No entanto, há de se fazer algumas ressalvas, ao fazer uso das tecnologias na educação básica, requer uma maior atenção, uma vez que as instituições não estão preparadas para lidar com essa situação nesse contexto. Logo, as instituições precisam adaptar mais ainda com estratégias didáticas que possam proporcionar o ensino e a aprendizagem de forma igualitária.

 

2.2 Condições dos Professores e Estudantes no Ensino Remoto em Tempos de Pandemia

 

Ao desenvolver ensino remoto emergencial, não necessariamente implica transpor meramente o ensino presencial para o contexto remoto. Mesmo que o ensino, nesse contexto da pandemia, tenha caráter emergencial, mesmo assim, não pode acontecer de forma improvisado.

Visto que, quando os profissionais envolvidos na educação, decidem como ensinar e para que ensinar, estão contribuindo para que pessoas sejam cidadãs e profissionais e que serão capazes de fazer e transformar a sociedade no futuro (BOTOMÉ, 1994; CARVALHO et al., 2014).

O documento A Frameword to Guide na Education Reponse to The Covid-19 pandemic of 2020, documento esse elaborado pela OCDE (2020), destaca que há indicações em relação ao que as instituições de ensino devem realizar nesse contexto de pandemia.  Alguns dos aspectos destacados pelo documento estão, definir papéis e expectativas de professores; criar meio de comunicação com professores e estudantes; se haver caso de inviabilidade do ensino on-line, identificar alternativas; definição de mecanismos apropriados de avaliação; definir mecanismo de aprovação e conclusão do curso; desenvolver formas de checagem com professores; fornece orientações aos estudante para a utilização das ferramentas on-line.

Contudo, essas são indicações para orientar a atuação de gestores, não são simples implementar. Pois, essas implementações precisam ser fundamentas nas necessidades e nas condições das pessoas que estão envolvidas no processo de ensino aprendizagem remoto.

Conhecer as dificuldades enfrentadas por professores e estudantes em relação ao processo ensino aprendizagem nesse tempo de pandemia, possibilita aos gestores identificar as demandas comuns e urgentes, ou seja, priorizar aquelas que devem ser resolvidas primeiro. Um das dificuldades mais comum é o próprio enfrentamento de casos de adoecimento por Covid-19, seja no próprio ambiente familiar ou familiares, e tem o estresse gerado em razão do distanciamento social, no enfretamento desses fatores, já existem na literatura orientações que poderão auxiliar nesse enfretamento (p. ex., WEIDE et al., 2020).

 

2.3 As Metodologias Ativas No Ensino Remoto

 

O ensino no mundo de uma hora para outra precisou se adaptar à nova realidade que surgiu em meio a pandemia da Covid-19, visto que as aulas foram suspensas as Instituições de Ensino Superior tiveram que utilizar o ensino remoto como estratégia para não pararem suas atividades.

As metodologias ativas é uma alternativa de ensino, que apresenta aos alunos uma abordagem que utilizem mundo real a problemas autênticos para orientar as discussões (ABELA, 2009; MERRIAM, 2001), essa abordagem auxilia a retenção do conhecimento e aumenta o interesse do aluno pelo assunto.

Sendo assim, as metodologias ativas, tornou-se essencial para desenvolver muitas atribuições, ressaltando o que Freire (1996) afirmou, que o impulsiona a aprendizagem e contribui para superar os desafios, a resolução de problemas para construir novos conhecimentos, partindo de conhecimentos e experiencias prévias dos sujeitos.

Segundo Mitri et al. (2008), as metodologias de ensino que utiliza esse viés de resolução de problemas como estratégia de ensino aprendizagem, tem como objetivo alcançar, motivar o aluno, diante do problema a buscar a solução, com isso ele, passa a ressignificar suas próprias descobertas.

E os avanços tecnológicos trouxeram muitas mudanças nas abordagens de ensino, que tem contribuído para a manutenção da qualidade do ensino. Com destaque para as aulas remotas em tempos de pandemia (VIEIRA; TEO, 2018).

O distanciamento social, trouxe um destaque maior para as possiblidades de uma educação virtual desenvolvidos pelas instituições de ensino, dentre elas o modalidade de ensino remoto.

O ensino remoto ou on-line, é proporcionado por videoconferência, com recursos visuais e de áudio gravado ou em tempo real, tendo as mesmas disciplinas, professores e horários, permanecendo a interação entre professor e aluno com os planos de ensino e materiais didáticos personalizados (HOLANDA; PINHEIRO; PAGLIUCA, 2013).

O ensino remoto emergencial foi adotado devido a implantação dos decretos, desse modo, alunos e professores tiveram que parar suas atividades nas instituições para evitar a propagação do vírus. É chamado de emergencial em razão que do dia para a noite, todo um planejamento pedagógico teve que ser engavetado.

Araújo (2020, p. 232) destaca que:

 

O ensino remoto diz respeito a todos os recursos tecnológicos que podem ser utilizados como auxiliares da educação presencial. na impossibilidade da educação presencial, os sistemas públicos e privados da educação no brasil estão migrando para a educação remota como se esta substituísse totalmente a educação presencial. e a gente sabe que não substitui.

 

Pelas palavras da autora, o ensino remoto tem função socializadora, tendo em vista que, ainda mantém os alunos conectados entre si, nesse período de pandemia.

Não se pode afirmar que o ensino remoto tem substituído a educação presencial, mas tem contribuído para o compartilhamento de conhecimento através do ensino não fique prejudicado mesmo que remoto (ARAÚJO, 2020, p. 232).

Sendo assim, o ensino remoto impulsionou a utilização de novas tecnologias e ferramentas digitais, dada a viabilidade dos recursos e estratégias, bem como até de aulas práticas esse ensino foi possível, contando com a habilidade do professor em adotar tais recursos (GARCIA et al., 2020).

Há muito tempo, mais precisamente há mais de vinte anos, Paulo Freire, ressaltou que educar exige aceitação do novo. Desde o início da pandemia da Covid-19, toda a educação passou por modificações para atender sua clientela, exigindo de todos profundas modificações no ato de ensinar, contudo, não houve transição para esse momento.

No entanto, o professor José Moran, (2015) abriu esse debate com importantes discussões sobre o ensino híbrido, o uso de metodologias ativas em sala de aula, para ele, os tempos mudaram, e consequentemente houve a necessidade de mudar, e o isolamento trouxe outro conceito sobre esse debate.

Nem os autores previam que iriamos passar por essa situação de pandemia, onde a sala de aula presencial tornaria virtual, e o ensino através dos aparelhos tecnológicos quase nunca utilizado virasse ferramenta imprescindível nesse novo processo educativo pandêmico.

 Nunca houve tanta necessidade de aceitação do novo, nunca se fez tão necessário fazer uso das metodologias ativas. As discussões sobre práticas pedagógicas com o uso das metodologias ativas têm sido muito pertinentes, uma vez que, o estudante torna-se protagonista do seu processo ensino aprendizagem, e o professor sendo apenas o mediador na busca desse conhecimento.

 

2.4 Nem Todo Objetivo Pode Ser Ensinado A Distância

 

O professor tem a função de viabilizar e desenvolver a capacidade de atuação de seus estudantes em relação as necessidades sociais com as quais eles se defrontarão. Por isso os objetivos precisam estar descritos nos planos de ensino (KUBO; BOTOMÉ, 2001).

Entretanto, tem objetivos que não pode ser atingindo e efetivamente desenvolvido a distância, como por exemplo, “acolher o sofrimento de outra pessoa”, que possa estar presente em disciplinas na área da saúde. Tendo em vista que, nesse caso, ao fim desse processo de ensino, o estudante precisa ser capaz de atuar de uma maneira empática (BOTOMÉ, 2012).

Em muitos casos, as condições de ensino demanda uma participação mais ativa, que com o ensino a distância inviabiliza. Sendo assim, cabe as Instituições Ensino Superior, ter clareza quais objetivos podem ser desenvolvidos de modo remoto e efetivo. Os próprios professores são os mais indicados a avaliar a viabilidade de ensinar os objetivos previstos nas disciplinas na modalidade remota (GUSSO; ARCHER; SAHÃO; LUCAS; HENKLAIN; OLIVEIRA; PANOSSO; KIENEM; BELTRAMELLO; GONÇALVEZ, 2020).

Os objetivos que expressam aprendizagem que sejam viáveis de ser desenvolvidas mesmo que a distância, normalmente podem ser descritos por verbos que iniciam com definir; conceituar; caracterizar; diferenciar; identificar; relacionar; avaliar; pesquisar.

 No entanto, não adianta somente os verbos, eles precisam conter complementos de modo a tornar claro ao docentes e aos estudantes as aprendizagem que visam desenvolver.

Os autores destacam que para que os objetivos na modalidade remota sejam viáveis, deve-se possibilitar aos estudantes que entre em contato com situações análogas ou equivalentes àquelas que precisará de ser capazes de lidar depois de formado.

 

Considerações Finais

           

A Covid 19, tem sido nos últimos tempos, um dos maiores problemas de saúde enfrentados pela sociedade. Assim, muitos setores foram impactados, e gerados diversos problemas, tanto no âmbito social como política, na economia, cultura e principalmente na educação, um dos setores mais afetados.

O que se tem visto nos últimos dias, se não forem tomadas medidas drásticas de contenção da propagação do vírus, a saúde pública entrará em colapso, tornando inviável a volta das aulas presenciais totalmente.

Com a reflexão em relação ao ensino remoto em tempos de pandemia, observa-se que os desafios ainda são enormes, a falta de formação e informação ainda continua sendo um dos entraves nesse cenário pandêmico, com o ano letivo de 2021 batendo a porta ainda vivemos um cenário de incertezas em todo o mundo.

O número de alunos que não possuem acesso à internet continua muito alto, gerando as desigualdades sociais entre alunos de escolas públicas e privadas. Logo, é necessário ter um olhar mais profundo acerca da EAD diante desta falácia social, pensando em práticas educativas que sejam capazes de promover a cultura, igualdade, respeito as diferenças, além de espaço a democratização e expansão do ensino.

Vimos uma parcela grande de estudantes sem acesso a internet, e até mesmo professores em seus lares sem acesso a internet, mesmo assim, se aventuraram em aulas a distância, on-line. Sendo que boa parte desses professores também tiveram contato com essa nova didática tecnológica pela primeira vez, quando as aulas foram paralisadas.

Diante disso, surge de novo a preocupação com os professores e alunos para estarem preparados para organizarem o tempo para começar a jornada de 2021, tendo em vista que, muitas secretarias estaduais e municipais já publicaram que não irão retornar presencial enquanto não tiver uma segurança para a saúde de todos.

Refletir sobre essa situação acerca da educação em tempos de pandemia, trouxe um ponto de partida, que o uso pedagógico de plataformas digitais como estratégias educativas poderão ser incorporadas aos recursos metodológicos na educação na pós-pandemia. E como ponto de partida, repensar a educação, com suas formas e objetivos, levando em consideração o desenvolvimento de políticas públicas que proporcionam melhoria das condições de saúde e bem-estar de toda a população e que possibilite a inclusão de todos a educação.

 

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[1]Graduada em Pedagogia pelas Faculdades Integradas de Ariquemes-Fiar, Pós-graduada em Supervisão, Orientação e Gestão Escolar pela Faculdade Santo André e Mestre em Ciências da Educação pela Universidad Desarrollo Sustentable–UDS-Assunção/Paraguai. Tutora presencial do Instituto Federal de Rondônia – UBA/IFRO- Ariquemes-Rondônia. Professora Docente do Programa de Mestrado e Doutorado da IPE- em parceria com a Amazônia University, Educação Cultura e Sustentabilidade-Estado da Flórida -EUA. ID Lattes: 2148215873821260. https://orcid.org/0000-0002-7474-8359

[2] Graduada em Administração Geral pelas Faculdades Associadas de Ariquemes-FAAr, Pós-Graduada em Psicologia Organizacional pelas Faculdades Associadas de Ariquemes-FAAr. Mestrado e Doutorado em Administração pela Christian University -Orlando Flórida. Administradora do Hospital Particular Monte Sinai-Ariquemes-Rondônia. Coordenadora do Curso de Administração Geral das Faculdades Associadas de Ariquemes-FAAr-Ariquemes-Rondônia. http://lattes.cnpq.br/3996925601865379. https://orcid.org/0000-0002-7848-9761.

[3] Graduação em Pedagogia pela Universidade Norte do Paraná – UNOPAR e Artes Visuais pela Faculdade de Educação Paulistana – FAEP e Pós-graduada em Educação Infantil e Anos Iniciais e AEE e Sala de Recursos Multifuncionais pela faculdade Faveni e Futura. Mestranda pelo Programa de Pesquisadores da IPE em parceria com a Amazônia University, Educação Cultura e Sustentabilidade-Estado da Flórida-EUA. http://lattes.cnpq.br/9737976669475629. https://orcid.org/0000-0003-2963-5424.C