DOI: 10.5281/zenodo.5646521
Lauren Cavichioli Quissini[1]
Mestranda em
História
Graduada em História
[1]
Graduada em História pela Universidade
de Passo Fundo (UPF) e atualmente mestranda do Programa de Pós-Graduação em
História da Universidade de Passo Fundo (UPF). E-mail: lauren.quiss@gmail.com
Resumo: Este artigo tem como
objetivo analisar as representações sociais da mulher a partir de personagens
femininos na obra A ferro e fogo I:
tempo de solidão, de Josué Guimarães.
Justifica-se tal investigação pois, a maioria dos trabalhos realizados acerca dessa obra, são originários
da área da Letras e Literatura, percebendo uma lacuna ante o olhar histórico
sobre esta. Metodologicamente
utilizou-se da análise de discurso e conteúdo, por meio de uma abordagem
qualitativa e interdisciplinar, refletindo-se as categorias de estrutura
familiar, representação da mulher, conservadorismo e submissão feminina
presentes na narrativa. A partir dessa análise, observou-se que as
mulheres desse período, estavam inseridas em uma sociedade extremamente
conservadora, a qual legitimava uma estrutura familiar baseada em posições e
tarefas definidas para o homem e para a mulher. Desse modo, o estudo da obra,
permitiu concluir que, embora inseridas nessa sociedade conservadora, o
escritor Josué Guimarães propôs representar de forma diversa, as mulheres que
compuseram a sociedade sulina rio-grandense, que por vezes desafiaram os
regimentos do tecido social, o que é o caso da personagem principal, a
imigrante Catarina e as prostitutas de Porto Alegre. Para além dessas, o
escritor representou as mulheres de elite, com sua submissão explícita, também
as escravas, as parteiras e as indígenas. Em síntese, a discussão e a ampliação
de estudos sobre a formação da sociedade sul rio-grandense, mostram-se
necessários para a compreensão da formação dessa região, visto que, muitos
elementos ainda se fazem presentes na atualidade do Rio Grande do Sul.
Palavras-Chave: Mulheres no Rio Grande do Sul. Josué Guimarães. Representações femininas.