Sebastião Elias Milani
Ufg,
Faculdade De Letras, Departamento De Língua Portuguesa. Email: Sebaselias37@Hotmail.Com,
Goiânia, Brasil.
Resumo: A divisão do estado de
Goiás não separou linguisticamente o território, porque não apagou a
historiografia-linguística da formação do povo e da língua. Nesse trabalho se
discorrerá, a partir dos dados do AUFAGO
- Acervo Audiovisual da Fala Goiana,
a respeito de como se formou a cultura da região fronteiriça de Goiás e do
Tocantins. O AUFAGO foi construído
nos anos de 2012, 2013 e 2014, por meio de entrevistas gravadas em oitenta
cidades do estado de Goiás, com vistas a fazer principalmente o ALINGO – Atlas
Linguístico de Goiás (Barra Livros, 2015). Na fronteira de Goiás foram
selecionadas as cidades de São Miguel do Araguaia, Porangatu, São Domingos e
Campos Belos pela localização topográfica. Nas entrevistas, quando era
possível, pelo tempo e local da entrevista e o informante fosse conhecedor da
história da cidade e da região, se deixava que ele contasse como reconhecia o
desenvolvimento da região e da cidade e como ele participara desse movimento. A
historiografia-linguística se interessa pelo modo como os indivíduos, sujeitos
das transformações que a efervescência cultural faz acontecer, observaram e
participaram disso tudo. Dois senhores entrevistados, dois homens em Porangatu,
contaram como viveram os últimos 70 anos nessa localidade, como criaram os
filhos, como participaram das transformações que essa localidade assimilou. Os
resultados são que a língua tem as marcas do caldeirão de vozes humanas que por
ali passaram, ficaram e partiram: uma mistura de traços fonéticos, lexicais e
prosódicos das mais diversas origens brasileiras: nortista, nordestina,
sudestina e sulista.
Palavras-chave: Goiás; Tocantins; Porangatu; Falar; Rodovias.