Carmelinda Carla Carvalho e Silva
Mestra em Literatura, Memória e
Cultura pela Universidade
Estadual do Piauí. E-mail:
carmelinda.sig7@gmail.com
RESUMO
Este
trabalho aborda a obra Jane Eyre, da escritora Charlotte Brontë, buscando
demonstrar como a escritora incluiu em sua narrativa temas da época vitoriana
carregados de críticas sociais envolvendo a condição da mulher. A narrativa é
focada no público feminino, com personagens que desejam fortemente a liberdade,
sendo a fundamentação principal a vida de Jane, que era uma jovem independente
e com um grande espírito feminista que se vê diante de várias dificuldades para
somente depois chegar ao seu destino, o de mulher independente. Na obra, que também é influenciada pela
estética romântica, no que tange à mesclagem de gêneros, o sofrimento, a
angústia e outros sentimentos silenciados das mulheres são trazidos à tona. O
artigo objetiva trazer uma análise do romance, com o foco no caráter inovador
da escrita de Brontë, que de maneira autorrepresentativa, concede às
personagens femininas personalidades ousadas e fortes, além de criticar a função
da mulher na sociedade do período em que a obra foi produzida. Observou-se que
as personagens Jane e Bertha constituem duas mulheres que não possuem escolha;
seus desejos não são escutados. Desta forma, Brontë mostra em Jane Eyre a
história da mulher na sociedade vitoriana, e a crítica à função da mulher na
sociedade patriarcal.
Palavras-chave: Autorrepresentação. Escrita feminina. Jane Eyre. Charlotte Brontë.