DOI: 10.5281/zenodo.12139539

 

Daniela Fernanda Roseno de Souza

Mestre em Língua, Literatura e  Interculturalidade – Universidade Estadual de Goiás (UEG). Email: daniroseno24@gmail.com.

Graduada em Letras pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)

 

RESUMO

O presente estudo tem por objetivo analisar e refletir sobre a presença da “cultura do estupro” no romance: Desta terra nada vai sobrar a não ser o vento que sopra sobre ela (2018) de autoria de Ignácio de Loyola Brandão. O foco está no capítulo seis, intitulado: Provocam desejo, depois reclamam. É descrito o interrogatório de uma jovem, nesta cena, o delegado faz uma série de questionamentos e a todo o momento por meio de suas perguntas o interrogante encaminha um olhar duvidoso para a veracidade do estupro sofrido pela garota, a autoridade policial insinua que ela certamente havia provocado e por isso sofreu a violência sexual. Desta forma, percebe-se que o recorte em estudo destaca a presença da “cultura do estupro” prática de impor à vítima a culpa pelo ato de violência sofrido, além disso, o termo está ligado à ação de silenciar a mulher e de relativizar o estupro. Darão suporte ao estudo: Campos (2016), Saffioti; Souza (1995), Solnit (2017), e outros. Os resultados mostram que a violência sexual exposta no texto literário ocorre de forma banalizada e negligenciada, a mulher aparece silenciada, desacreditada, no entanto, é por meio destes escritos que os autores/ narradores expõem situações vivenciadas pelas mulheres e assim, mobilizam e sensibilizam os leitores para compartilhar das dores destas personagens.

Palavras-chave: Cultura do estupro. Violência. Mulher.