Daniela Fernanda Roseno de Souza
Mestre em Língua, Literatura e Interculturalidade – Universidade Estadual de Goiás (UEG).
Email: daniroseno24@gmail.com.
Graduada em Letras pela
Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)
RESUMO
O presente estudo tem por objetivo analisar e refletir sobre a presença da “cultura do estupro” no romance: Desta terra nada vai sobrar a não ser o vento que sopra sobre ela (2018)
de autoria de Ignácio de Loyola
Brandão. O foco está no capítulo seis, intitulado: Provocam desejo, depois
reclamam. É descrito o interrogatório de uma jovem, nesta cena, o delegado
faz uma série de questionamentos e a
todo o momento por meio de suas perguntas o interrogante encaminha um olhar duvidoso para a veracidade do estupro
sofrido pela garota, a autoridade policial insinua que ela certamente havia provocado e por isso
sofreu a violência sexual. Desta forma, percebe-se que o recorte em estudo destaca a presença da “cultura
do estupro” prática de impor à vítima a culpa pelo ato de violência sofrido, além disso, o termo
está ligado à ação de silenciar a
mulher e de relativizar o estupro.
Darão suporte ao estudo: Campos (2016), Saffioti; Souza (1995), Solnit (2017),
e outros. Os resultados mostram que a
violência sexual exposta no texto literário ocorre de forma banalizada e negligenciada, a mulher aparece
silenciada, desacreditada, no entanto, é por meio destes escritos
que os autores/
narradores expõem situações
vivenciadas pelas mulheres
e assim, mobilizam e sensibilizam os leitores
para compartilhar das dores destas personagens.
Palavras-chave: Cultura do estupro. Violência. Mulher.