DOI: 10.5281/zenodo.14458123

 

Sérgio Rodrigues de Souza

Licenciado em Letras-Português. Filósofo. Escritor. Pós-Doutor em Psicologia Social. E-mail: srgrodriguesdesouza@gmail.com

 

RESUMO

Este ensaio aborda a temática sobre a licença poética e como ela tem sido utilizada para tentar explicar e, mesmo, justificar a criatividade e a capacidade de interpretação de artistas acerca de seus respectivos momentos históricos. Diferente do que se tem preconizado, nenhum artista faz uso de nenhuma licença para produzir suas obras, porque sua criatividade não está restrita a nenhum código moral; ele expressa a sua visão e interpretação do mundo no qual esteja inserido através de sua imaginação, fazendo uso de sua liberdade, auferindo um matiz especial aos fatos. Trata-se de uma pesquisa exploratória, fundamentada na análise de várias obras literárias de autores e escritores renomados por sua criatividade e genialidade. Muitas destas inovações que foram introduzidas na literatura, através do uso da licença poética, tornaram-se objetos de estudos e mais tarde, foram agregadas às formas de produção de grandes mestres da arte de escrever; jamais sendo interpretadas como regras canônicas da Literatura e/ou da Língua; mas, como adornos estéticos. É possível analisar a existência da licença poética e sua aplicação aos contos e às outras formas de expressão artística devido ao fato de que a modernidade criou tal conflito que precisou-se recorrer a um artifício que permite a condição de liberdade para expressar sua técnica. A Licença Poética é uma explicação esdrúxula criada para tentar justificar e, de maneira estranha, explicar a produção artística. Ela não é um instrumento de trabalho do qual o artista lance mão para esclarecer os seus insights criativos, exatamente porque a sua existência não lhe provê nenhum tipo de vislumbre artístico.

Palavras-chave: Licença poética; Poesia clássica; Artes; Artistas e literatos.